ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 29.06.1989.

 


Aos vinte e nove dias do mês de junho do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Segunda Sessão Extraordinária da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e vinte e três minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Giovani Gregol, Heriberto Back, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Mano José, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Gert Schinke, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares, no dia vinte e nove do corrente mês. Em prosseguimento, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Paulo Cruz e, informando que S Exa. já prestara compromisso legal nessa Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Após, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 92/89, por vinte e seis votos SIM contra dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, e foi rejeitada a Emenda a ele aposta, por três votos SIM contra vinte e seis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, com Declaração de Voto do Ver. Artur Zanella. O Projeto de Lei do Legislativo n° 92/89 e a Emenda a ele aposta foram discutidos pelos Vereadores Luiz Braz, João Dib, Cyro Martini, Isaac Ainhorn, Elói Guimarães, Airto Ferronato, Nelson Castan e Décio Schauren, encaminhados à votação pelos Vereadores Wilson Santos, Cyro Martini e Luiz Machado, e submetidos à votação nominal a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Luiz Braz. Após, foram apregoadas 02 Emendas do Ver. Flávio Koutzii e 02 Emendas do Ver. Lauro Hagemann, ao Projeto de Lei do Legislativo n° 04/89. Ainda, foi aceita proposta da Mesa e foi aprovado Requerimento verbal do Ver. João Dib, solicitando alterações na ordem de votação dos processos em pauta. Em Discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 54/89, por vinte e oito votos SIM contra dois votos NÃO, após ter sido encaminhado à votação pelo Ver. Vicente Dutra, tendo sido escrutinadores os Vereadores Luiz Braz e Leão de Medeiros. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo n° 147/89; o Projeto de Lei do Legislativo n° 22/89 e a Emenda a ele aposta. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa de distribuição em avulsos e interstício para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Artur Zanella, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 147/88; do Ver. João Dib, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 54/89; do Ver. Leão de Medeiros, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 22/89; do Ver. Luiz Braz, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 92/89. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn, acerca do art. 101 do Regimento Interno, no que se refere aos Processos n°s 1782 e 1778/89; do Ver. Décio Schauren, acerca da votação da Emenda aposta ao Projeto de Lei do Legislativo n° 92/89. Ainda, o Sr. Presidente registrou a presença, no Plenário, do Prefeito de Canela, Sr. José V. Pinto. Os trabalhos estiveram suspensos por um minuto, nos termos regimentais. Às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, o Sr. Presidente informou que, por decisão da Mesa, os processos n°s 1778 e 335/89 seriam discutidos na Sessão Ordinária de amanhã e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e Lauro Hagemann e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 


O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Havendo “quorum”, passaremos à Ordem do Dia.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com relação ao Projeto de Lei n° 1778/89, Projeto de Lei do Legislativo de autoria do Ver. Luiz Braz, que acrescenta alínea “f” ao art. 7° da Lei n° 3.790, este Processo se encontra com vistas, e o Parecer Conjunto não foi votado ainda pelas Comissões conjuntas. Indago se está correta a sua inclusão na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Não, não está correta. Como o Vereador que solicitou vistas o solicitou às 15h30min, se ele nos entregar e houver condições de reunir, a Comissão se reúne, se não, ficará para amanhã ou depois de amanhã, ou para o ano que vem, enfim. Mas a previsão seria de que houvesse a entrega. Se não houver, não há nenhum problema.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): De acordo com o Regimento Interno da Casa, às 15h30min se completam vinte e quatro horas. E acontece que esse Processo não podia sair nem do seio da Comissão, as vistas são dadas dentro da Comissão. Se o Ver. Isaac Ainhorn pediu vistas e levou o processo, ele está errado, ele está fugindo ao Regimento Interno da Casa. As vistas tinham que ser dadas no seio da Comissão.

 

O SR. PRESIDENTE: Vou responder à Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz, primeiramente. O Ver. Isaac Ainhorn não retirou o Projeto do seio da Comissão, ele levou um xerox para dar oportunidade a outros Vereadores que também quisessem.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, V. Exª é que disse, ao responder uma Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn, que se ele devolvesse o Processo, seria possível ser votado na Comissão conjunta das 15h30min. Eu ouvi errado, então?

 

O SR. PRESIDENTE: Foi um erro da Presidência. O Projeto está aqui, o Ver. Isaac Ainhorn tem um xerox, se ele devolver a xerox até às 15h30min e houver condições de reunirmos a Comissão, nós o faremos, se não, ficará para outra ocasião.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, para efeitos de esclarecimento. Primeiramente, quero cumprimentar a Mesa pela maneira como conduziu. Apenas o que se procurava era colaborar com a Mesa com vistas à ordenação dos trabalhadores, porquanto no dia de ontem, como as vistas eram simultâneas por força regimental, eu solicitei ao nobre Presidente das Comissões conjuntas, Ver. Elói Guimarães, que nos fornecesse cópia xerográfica, a fim de não prejudicar o andamento dos trabalhos. O resto é precipitação. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informou o que o Ver. Isaac Ainhorn, como Vice-Presidente, voltou a informar. Acho que ninguém tem mais dúvidas.

Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO - URGÊNCIA

 

PROC. Nº 1782/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 092/89, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera o artigo 1° da Lei n° 4.793, de 31 de outubro de 1980, e dá outras providências. Com Emenda.

 

Parecer Conjunto:

- da CJR, CUTHAB e CEDECON. Relator-Geral Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e tramitação da Emenda n° 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 092/89. Com a palavra, o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este Processo trata do aumento de dezessete para vinte e um lugares nos táxis-lotação da Cidade. Ele tramita aqui na Casa desde o ano passado, mas a idéia já vem de dois ou três anos atrás, quando nós, discutindo com os permissionários de táxis-lotação, buscávamos alternativas para melhorar o sistema de táxis-lotação na Cidade. No ano passado, este Projeto foi longamente discutido com a SMT, quando era Secretário o Ver. Elói Guimarães, sendo que a categoria foi ouvida várias vezes com respeito às reivindicações que eram feitas, quanto à possibilidade de aumentar o número de lugares de dezessete para vinte e um.

Lembro-me que quando estávamos para votar o Projeto, no ano passado, fui à Secretaria conversar com o Secretário, o qual informou-me que, pessoalmente, não tinha nada contra o aumento do número de lugares nos táxis-lotação. Todavia, por uma questão de divergências no Plenário, não chegamos a votar o referido Projeto no ano passado. Quando voltamos a discutir o Projeto, em 1989, consultamos novamente os permissionários de táxis-lotação a respeito das suas intenções e das possíveis modificações que poderíamos fazer no Projeto que tramitou no ano passado, sendo-nos informado, então, que, para eles, o Projeto que havia tramitado na Casa no ano passado era o ideal. Mas, não satisfeitos com isso, fomos à SMT e solicitamos ao Secretário Hohlfeldt que nos fornecesse parecer a respeito do antigo Projeto. O Secretário Antonio Hohlfeldt enviou para este Vereador uma série de sugestões relacionadas com o Projeto, dizendo que ele só concordaria com o aumento para vinte e um lugares com as modificações sugeridas por ele. Foi sugerido pelo Sr. Antonio Hohlfeldt que ele pudesse, como Secretário dos Transportes, dizer, pela sua Secretaria, em quais linhas que a lotação de vinte e um lugares poderia trafegar. E mais que isso, dizia o Secretário para nós que ele também tinha outra exigência, que deveria haver uma diferença na tarifa do táxi de vinte e um lugares para o táxi de dezessete lugares e nos explicava o Secretário que nas linhas longas, onde já existia um excesso de demanda de passageiros e onde já era necessário haver um aumento de carros para poder absorver esta demanda, seria necessário o aumento de bancos para não aumentar o número de carros. O Secretário Municipal dos Transportes, depois de fazer esses contatos ou paralelamente, também fazia contatos com os permissionários da área dos táxis-lotação e nesses contatos houve um entendimento entre os permissionários e o Secretário Municipal dos Transportes.

Então, resolvemos, Ver. João Dib, até por isso não esteja nesse processo que V. Exª olha neste exato instante, reescrever o Projeto com as modificações introduzidas pelo Secretário para que não precisássemos desarquivar o Processo do ano passado e apresentarmos em cima as Emendas que foram sugeridas pelo Secretário. Achamos que ficava bem melhor se reescrevêssemos com todas as modificações.

Eu quero dizer aos Srs. Vereadores que esse aumento não mexe em nada na Lei dos táxis-lotação, em nenhum item. A distância de pára-choque continua a mesma que é ditada pela Lei dos táxis-lotação, seis metros e meio, se não me engano, e que já é seis metros e meio desde que os táxis-lotação passaram a operar com o veículo 608. Agora, com o 812, a distância continua exatamente a mesma. Os primeiros táxis-lotação, tanto o D-10 como o D-20, tinham cinco metros e meio, o que faz com que aqueles primeiros fossem menores, porque não absorviam todas as medidas que eram editadas pela legislação. Na parte interior do carro, temos a distância de banco a banco de 25cm, que no caso desses carros que podem colocar vinte e um lugares é uma distância maior. A profundidade do banco é de 37cm, que também esses carros dos vinte e um lugares têm uma profundidade maior. Os corredores, Ver. João Dib, nesse carro, de um lado tem uma linha dupla de bancos e, do outro lado, tem uma linha simples de bancos. Então, para completar os vinte e um lugares, a única coisa que vai se fazer é colocar linha dupla de bancos dos dois lados e sobra um corredor bem maior do que a lei está ditando. O corredor que a lei diz que os táxis-lotação devem ter é de 30cm, esse corredor que vai ficar é um corredor superior a 40cm.

Então, as medidas, as comodidades dentro dos táxis-lotação, com essas modificações que foram sugeridas pelos permissionários dos táxis-lotação, que foram emendadas pelo Secretário Municipal dos Transportes e que foram apresentadas aqui nesta Casa por este Vereador, além de não ferirem em nada aquilo que já se faz no serviço de táxis-lotação, ainda ajuda sobremaneira a corrigir uma falha que poderia haver com uma modificação dentro do serviço. Atualmente temos quatrocentos e três táxis-lotação na Cidade, nós precisaríamos, Ver. João Dib, nas linhas longas, se não aprovarmos esse tipo de aumento de bancos, precisaríamos nas linhas longas - e esse é um estudo que me traz a SMT - aumentarmos o número de veículos. Aumentarmos o número de veículos, acredito que não é o ideal, dado o congestionamento que temos na Cidade no momento atual. Então, vem resolver um problema que existe dentro do serviço de táxis-lotação.

Para aqueles que dizem também que a tarifa, essa diferença da tarifa dos de dezessete para os de vinte e um lugares - o táxi de vinte e um lugares teria uma tarifa mais barata - poderia ferir a tarifa que é praticada no serviço de transporte coletivo, digo, também, que ela vai ser tão distante, porque, afinal de contas, isso é uma legislação que dita qual é a tarifa do transporte coletivo, ela vai ser tão distante que não vai causar problemas nos serviços de transporte coletivo.

Este Projeto que estamos apresentando e para o qual peço a aprovação de V. Exas é um Projeto que traz esses benefícios para a Cidade. Para aqueles Vereadores que não conhecem ainda o carro que vai ganhar os vinte e um lugares, digo que o pessoal que faz o transporte de táxi-lotação da Cidade trouxe anteontem, trouxe ontem e está aqui na porta, novamente, o carro que tem de um lado duas fileiras de bancos e, de outro, a fileira simples. Basta uma visualização do interior do carro para se ver que, perfeitamente, existe a possibilidade de se colocarem ali mais quatro bancos e se deixar o táxi-lotação bem mais confortável do que os primeiros táxis-lotação que surgiram depois que passaram para microônibus. Ficaram bem mais cômodos, já que todas as distâncias que são ditadas pela lei são colocadas a maior nesse carro que irá acolher os vinte e um lugares. Apelo aos Srs. Vereadores que reflitam no voto, porque V. Exas, com seu voto, estarão ajudando a modernizar este tipo de transporte na Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra, o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou encaminhar contrariamente o Projeto de Lei do eminente Ver. Luiz Braz.

Vou fazer um pouquinho de história, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nunca existiu uma lei que criasse em Porto Alegre o serviço de táxis-lotação. Existiu, sim, um trabalho, um Projeto de Lei do Ver. Sadi Schwerdt que autorizava os táxis de quatro portas a fazerem lotação, e, a partir daí, por um equívoco, eu prefiro dizer que tenha sido um equívoco, se criou, baseado na Resolução nº 514 do Conselho Nacional de Trânsito, o serviço de táxi-lotação, ao qual eu fui contrário. E se regulamentou, fazendo com que tivesse na Cidade setecentos e quarenta táxis-lotação, ou melhor, Kombi-lotação, que táxi-lotação nunca existiu.

Mas, aí, eu fui ser Secretário de Transportes, e já estavam e já tinham ingressado quatrocentos e três, e eu disse: “Nem mais um agora”. Então, até hoje se mantêm os quatrocentos e três que, em junho de 1977, eu fixei. Agora, de repente, transformaram os táxis, que não eram, eram Kombis-lotação, baseados na Resolução nº 514 do Conselho Nacional de Trânsito, porque nunca houve lei criando táxi-lotação nesta Cidade. Eles cresceram para dezessete lugares e se manteriam, se assim desejassem, as Kombis. Parece que hoje deve ter uma Kombi ainda, até pouco tempo havia, não tenho certeza se ainda continua havendo.

Mas a história do transporte desta Cidade nos mostra claramente que nós tivemos lotação até 1963, quatorze lugares, doze lugares, dezoito lugares e, a partir dos vinte, eram microônibus. Microônibus que levavam vinte passageiros sentados. O Ver. Dilamar Machado bem lembra, porque ajudava a calcular as tarifas, e a maior parte da nossa frota era constituída de microônibus, vinte passageiros sentados e vinte e cinco passageiros de pé. E nós víamos que lotações que foram Kombis, zero quilômetro, que foram camionetas Chevrolet, Ford e outras que existiam à época, para quatorze, dezesseis lugares, não deram certo, criaram problemas. Bem, então, alguém um dia pensou que criou o táxi-lotação, que não foi criado. Os autônomos eram os únicos que podiam receber permissão para tê-los. Hoje, mais da metade da frota dos microônibus pertence às empresas de transporte coletivo urbano.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acredito, Ver. João Dib, que esta informação que V. Exa recebeu é equivocada. Talvez algum dia...

 

O SR. JOÃO DIB: Eu não gosto do termo equivocado, mas vou aceitar.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa me desculpe, mas não foi para ferir Vossa Excelência. É que esta informação que foi passada a V. Exa não é correta. V. Exa sabe que eu trabalho há muito tempo nessa área de táxi-lotação e tenho um conhecimento muito bom daquilo que está acontecendo no momento. O que digo a V. Exa é que existe no momento uma situação em que um permissionário, muitas vezes, como pode ter apenas um carro, ele coloca no nome da esposa, outro no nome do primo, do cunhado, tentando mistificar esta situação. Então, existe uma situação, de fato, que não condiz com a situação real. Nós vamos tentar em outro Projeto de Lei corrigir isto. Isto realmente existe. Agora, posso dizer a V. Exa, com absoluta certeza, que hoje a maior parte da frota de táxi-lotação está nas mãos daqueles que são chamados autônomos, muito embora não sejam assim autônomos, porque cada proprietário possui mais do que um carro.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu aceito como sendo possivelmente errônea a minha informação, mas lhe asseguro que não o é. É absolutamente certa. Eu conheço muito melhor, perdoe V. Exª eu ser assim tão pouco modesto, do que V. Exª os meandros do transporte coletivo desta Cidade.

 

O Sr. Luiz Braz: Ver. João Dib, eu tenho certeza absoluta de que V. Exª tem um grande conhecimento do sistema de transporte coletivo urbano desta Cidade, mas eu tenho certeza absoluta de que as informações que V. Exª tem, a maioria delas, ainda se reporta à época em que V. Exª era Prefeito desta Cidade. Não acredito que se V. Exª tivesse modificado estas informações, ou atualizado as mesmas, estivesse fazendo este mesmo tipo de afirmação da tribuna.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu vou insistir na afirmação que eu fiz: a maior parte dos táxis-lotação, assim chamados, eu digo os microônibus, pertencem às empresas de transporte coletivo urbano. E digo com toda a tranqüilidade. O Ver. Elói Guimarães me acena que não, mas eu ainda vou insistir na afirmação. E mesmo que não o seja, eu até vou aceitar, vou dar de barato, por uma questão de raciocínio, como diria o Jânio Quadros, sê-lo-ão, em razão do que nós vamos aprovar depois.

Então, o que se nota é que, hoje, o transporte coletivo urbano está em debate e é possível que, passando os microônibus para vinte e um lugares, daqui a pouco eles estejam com vinte e cinco, depois estejam transportando passageiros de pé, como já fazem hoje, irregularmente, e daqui a pouco estarão sendo autorizados, e nós voltaremos a ter, como tivemos até 1962/1963, a maior parte da frota da Cidade constituída de microônibus e não de ônibus. De repente, nós vamos chegar a isto. E o lotação é um serviço tão bom que foi quase que o suporte do transporte coletivo urbano do Rio de Janeiro. E eu pergunto a todos os Vereadores por que é que desapareceram no Rio de Janeiro aqueles microônibus com vinte lugares, que eram chamados lotações e que tinham excelente desempenho? Até João Manoel Fangio, quando chegou ao Brasil, disse que só era o campeão mundial de corridas porque os motoristas dos lotações do Rio de Janeiro não competiam com ele. Se competissem, ele já não seria o campeão mundial. E podem olhar as estatísticas do Departamento de Trânsito: para cada lotação, anualmente, há um acidente. É um dado que li no jornal, o DETRAN diz que, para quatrocentos e três lotações, houve mais de quatrocentos acidentes. E quem anda na rua sabe que, para apanhar um passageiro, fecha-se quem vem na frente, quem vai ao lado, não importa quem.

Não é o sistema de transporte que serve para Porto Alegre, não é o sistema de transporte que serve para lugar nenhum do mundo. Ele deve ser um sistema de transporte complementar. Eu já vi em Hamburgo, na Alemanha, ônibus, metrô e bonde. Agora, lá no bairro, onde a freqüência era pouca, tinha de dezoito lugares, só sentados, e o indivíduo pegava aquele lotação de dezoito lugares para o metrô, o ônibus ou o bonde, mas só nestas condições. Nós estamos dando aqui um valor para um tipo de transporte que não tem valor. Claro que sei, e ninguém vai me dizer diferente, que se eu perguntar na vila mais necessitada, aquela que mais reclama os 27 centavos da tarifa, se eu quiser colocar a lotação a 1 ou 2 cruzados, eles vão dizer que querem e querem mesmo. Mas quem planeja, quem organiza um sistema de transporte coletivo não pode planejar para o momento, não pode planejar para o aplauso, tem que planejar para a realidade. E o serviço de lotação não ajuda em nada o serviço de transporte coletivo desta Cidade, complica, e em grande parte, já que não querem que seja a metade que está em propriedade das empresas do transporte coletivo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, consoante ao art. 101 do Regimento Interno, consulto V. Exª quanto ao problema do anúncio dos projetos em votação quarenta e oito horas de antecedência, porque, segundo informações que possuo, tanto o Processo nº 1782, quanto o nº 1778 não obedeceram às quarenta e oito horas de antecedência para a sua inclusão da Ordem do Dia dos anúncios. Indago a V. Exª se, regimentalmente, eles podem estar incluídos nesta Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador, prefiro que assuma os trabalhos o Presidente titular da Casa para que dê a resposta a V. Exª e, como existem mais quatro inscritos para a discussão do Projeto, acho que nesse tempo haverá espaço suficiente

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Não para contraditar, mas para lembrar o Ver. Isaac de que o último projeto de autoria dele foi votado nas mesmas condições da matéria que se vota hoje.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cyro Martini.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho o entendimento de que esta matéria versa sobre questão cuja solução é mansa e pacífica. Não vejo porque discuti-la com tanta ênfase, com tanta profundidade, porque o aumento que se verificará após a aprovação do Projeto de Lei do nobre Ver. Luiz Braz não é tão espantoso, nem sequer acentuado, tão ligeiro aumento de dezessete para vinte e um lugares.

Relativamente às condições que devem ser observadas com relação ao táxi-lotação, de higiene, nada acontece; segurança, também não; comodidade, me parece que a alteração não chega a causar um transtorno tão sério de modo a causar aborrecimentos maiores para aqueles que escolhem este tipo de transporte.

Então, estes quatro lugares não chegam a criar embaraço de qualquer sorte e um tipo de repercussão maior. Portanto, me parece perfeitamente aceitável a proposição.

O táxi-lotação é uma categoria privilegiada. Ela vem ao encontro de algumas pessoas que podem escolhê-lo, que podem pleiteá-lo. Não atinge a camada maior da nossa sociedade. É uma camada que dispõe de condições econômico-financeiras melhores para usarem este tipo de transporte, eles não serão prejudicados. Portanto, eu vejo sempre condições plenas para se aumentar de dezessete para vinte e um lugares, relativamente ao táxi-lotação.

Hoje, ele é muito requisitado, tanto é que tenho a impressão que a maior parte dos nobres Pares são freqüentemente requisitados a criarem novas linhas de táxi-lotação, a estender outras linhas para pontos mais distantes do Centro. Ele oferece, hoje, um serviço que me parece deve ser considerado e acatado com mais cuidado. Nós temos uma deficiência muito grande no transporte de massa de Porto Alegre. Eu vejo que há uma defasagem, há número aquém daquele que seria o número ideal de ônibus para o transporte total em Porto Alegre. A frota é de mil e poucos ônibus e nós precisaríamos cerca de dois mil ônibus para atingir a toda a camada e demanda. Aumentarmos mais quatro lugares no táxi-lotação viria ao encontro de uma ligeira, uma brevíssima redução desta necessidade maior em termos de ônibus.

Com relação ao transporte individual do táxi, também não vejo que vai criar um embaraço, uma concorrência perniciosa e que vai causar um dano sério para eles, daí por que se tratar de uma matéria cuja proposta deve ser plenamente aceita por nós, porque ela vem ao encontro das reivindicações das camadas populares que utilizam este tipo de transporte.

Fica, portanto, aqui o meu voto, o meu apelo no sentido de que acompanhem a proposta do nobre e distinto Ver. Luiz Braz a respeito deste aumento de dezessete para vinte e um passageiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, aguardando, evidentemente, antes de mais nada, um posicionamento da Presidência da Casa com relação à questão da obediência ao art. 101 do Regimento Interno, que estabelece o anúncio de quarenta e oito horas para a entrega dos anúncios dos gabinetes dos Srs. Vereadores, eu examino o presente Projeto de Lei, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera o art. 1º da Lei nº 4.793, de 31 de outubro de 1980.

Inicialmente, quero dizer a V. Exªs que, do ponto de vista geral, a idéia é boa, é interessante, mas eu entendo, Srs. Vereadores, que sobre certos projetos devemos aprofundar mais o estudo e a reflexão. Eu entendo que o atropelamento, Ver. Ferronato, do processo legislativo pode muitas vezes nos levar a equívocos e mais tarde sermos cobrados pelo conjunto da comunidade. Há projetos, Srs. Vereadores, que tramitam durante dez, onze meses nesta Casa, às vezes são aprovados, às vezes são rejeitados. O que me preocupa, primeiramente, em relação a este Projeto, como preliminar, Srs. Vereadores, é que o nobre Ver. Luiz Braz apresentou este Projeto no dia 16 de junho de 1989. Veja, Vera Letícia, apresentou em 16 de junho, nós estamos, treze dias depois, votando este Projeto. Depois o Ver. Jaques Machado chega lá no 4º Distrito, na sua região eleitoral, e dizem: “Como, Jacão, você fez isso e tal, não nos ouviu?”. Então, isso me preocupa um pouco. Eu não sou, ou melhor, rigorosamente eu quero dizer ao autor do Projeto, Ver. Luiz Braz, e a alguns companheiros que lidam com táxi-lotação... E que é um setor autônomo que nós temos que prestigiar, porque, quando entra empresa, lamentavelmente, os grandes empresários do transporte coletivo da cidade de Porto Alegre perturbam.

Daí, eu invoco a coerência do PT neste sentido. Tem o outro Projeto que envolve pessoa jurídica. Tenho receio de que os autônomos, amanhã, serão engolidos pelas grandes empresas do transporte coletivo. Tenho receio, porque o serviço é bom e tem uma rentabilidade. Então, convoco os próprios companheiros ligados ao transporte de táxi-lotação, que é um belíssimo serviço; se tem pequenas aparas a serem feitas, elas devem ser feitas, mas devemos reconhecer a qualidade deste serviço. Agora, não é votando de forma atropelada, rápida que nós vamos resolver os problemas. De repente, nós podemos estar criando problemas até para os próprios companheiros autônomos. Chamo a atenção disso como reflexão. E acaba na mão da Sudeste, na mão da Trevo e de outras empresas aí o serviço de transporte coletivo da cidade de Porto Alegre. Preocupa-me em treze dias dar solução para este problema. É muito melhor se o autor do Projeto, por exemplo, convocasse à Comissão de Transportes da Casa os companheiros do táxi-lotação para buscarem uma solução para esse problema. Sinceramente, de forma atropelada não dá. Quero dizer isso a Vossas Excelências.

Ontem os companheiros dos táxis-lotação me procuraram, já outra vez tinham procurado, justiça se faça, com a maior atenção, com a maior deferência e educação, para fazer uma demonstração, um lobby tremendamente válido, cumprimento estes companheiros, vieram me procurar por duas, três vezes para fazer uma demonstração, para mostrar que funciona. Simplesmente quinze minutos antes, agora, pude ir lá com um companheiro do táxi-lotação ver o táxi que se encontra aí, mas tenho dúvidas sobre esta legislação, porque nem todos os ônibus têm o padrão normal deste que está aí. Vamos reconhecer, tem o Chevrolet. Até pouco tempo atrás, o companheiro me informava que tinha a Kombi. Eu não conheço toda a legislação, tenho que fazer um aprofundamento. Ou nós vamos trabalhar com reflexão, com aprofundamento das questões da legislação daquilo que é atinente à Câmara de Vereadores, ou nós vamos legislar de forma precipitada. E o que acontece é que, amanhã ou depois de amanhã, nós estaremos sendo cobrados por fatos que aqui a gente realiza.

Chamo a atenção, o Projeto entrou dia 16 de março, acho que é muito rápido para nós votarmos um assunto destes. Nessa camioneta, me satisfez a explicação, agora, eu tenho dúvidas quanto a se aplicarem esses vinte e um. Se for uma lei geral, ela revoga tudo que é anterior em relação à lotação de veículos e isso permite que, a partir de agora, todos tenham vinte e um. Se a SMT tem uma Resolução Interna de que tem que ter um afastamento mínimo de 30cm do corredor, eu tenho a impressão de que como uma lei posterior revoga a anterior, de repente esse assunto está resolvido, permitindo a todos vinte e um, e nós estaremos cometendo um erro e legislando de forma equivocada.

 

O Sr. Jaques Machado: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, há pouco V. Exª frisava, em seu pronunciamento, que este Vereador encontrava-se no 4º Distrito, passeando, aguardando a passagem de algum veículo que pudesse vir ao Centro da Cidade. É claro que seguidamente encontro V. Exª em seus suntuosos carros, nesse caso, quando V. Exª vem do Bairro Independência com destino à Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu sou usuário do transporte de táxi-lotação e gosto de usar, porque é um dos melhores sistemas de transporte que nós temos. Seguidamente um táxi-lotação passa pela parada, de portas fechadas, e me diz: “Vereador, nós já estamos com a lotação estipulada, que é de dezessete passageiros”. Então, Vereador, nós temos plenas condições de botar mais quatro passageiros em cada táxi-lotação, até porque, como já foi frisado anteriormente pelo Ver. Luiz Braz, de um lado só do veículo existem bancos para um passageiro quando comportaria mais quatro. Por isso, quero me pronunciar favorável ao Projeto do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu apenas quero informar a V. Exª que os meus suntuosos carros é apenas um. Eu tenho um Monza 1985, é o único carro que possuo, Ver. Jaques Machado. E, casualmente, sou muito bem atendido pelo serviço de táxi-lotação da 24 de Outubro. Eu moro na 24 de Outubro, que é largamente servida por táxis-lotação, inclusive melhor servida depois de algumas medidas tomadas pelo excelente e brilhante Ver. Elói Guimarães, que fez algumas alterações e corrigiu alguns percursos, abrindo melhor o espaço para os táxis-lotação da cidade de Porto Alegre. A minha zona é bem servida e toda minha família usa o táxi-lotação, Ver. Jaques Machado. Então, não é privilégio só de Vossa Excelência. E carro, só tenho um, Vereador: um Monza 1985, que está arrolado na minha Declaração de Bens, que entreguei aqui na Câmara de Vereadores quando fui investido do meu mandato, a 1º de janeiro de 1989.

Agora, quero dizer a V. Exª que, se é para votar de forma açodada, vou abster-me de votar, porque apresentei uma Emenda que propõe que não haja parada na confluência de ruas e nas esquinas. Até posso admitir que o Projeto seja bom, só que não tive tempo de fazer um amadurecimento suficiente sobre o mesmo. O outro não, o outro é muito problemático, o outro que vamos discutir nesta Sessão, se é que vamos, porque, regimentalmente, ele não poderá ser votado.

Então, chamo a atenção de V. Exªs para esse aspecto, acho que treze dias é um processo legislativo açodado, é delicado, não vou votar contra, mas acho que ele não poderá ser votado hoje, terá que ser votado amanhã. Mas, se for votado amanhã, vou abster-me, não vou votar contra, acho que temos que votar com equilíbrio. Esta Casa tem uma responsabilidade muito grande sobre serviço de transporte e amanhã não quero ser cobrado, nem por colegas nem pela comunidade. Acho que os companheiros de táxi-lotação vão entender a preocupação que tenho. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o presente Projeto, de autoria do Ver. Luiz Braz, vem atender, não o anseio, que seria válido, do permissionário do táxi-lotação, mas vem fazer aquilo que é um princípio em matéria de transporte de um modo geral, ou seja, procurar regular a oferta no dimensionamento da demanda. Se nós fizermos uma análise, vamos ver que há um fenômeno que ocorre com o táxi-lotação. Evidentemente que estamos vivendo um momento crítico do transporte coletivo, mas esse momento crítico é passageiro, amanhã estaremos vivendo uma situação de razoável estabilidade. Mas se bem examinarmos, vamos constatar que há uma anomalia que se expressa no serviço e que não é uma infringência voluntária à Lei. Está havendo uma demanda reprimida em matéria de oferta de táxi-lotação em Porto Alegre. Se há uma demanda reprimida e partindo do entendimento de que um dos princípios que norteiam a política de transporte é, exatamente, dimensionar-se a oferta e a demanda, nós chegamos à conclusão nesta análise de que se faz necessário ampliar o táxi-lotação em Porto Alegre. E diga-se de passagem que é um serviço que foi vendido à população.

Nós tivemos oportunidade de ser Secretário dos Transportes durante um ano e alguns meses e a pressão que sofremos para ampliar a oferta de linhas em Porto Alegre era muito grande. Buscamos uma racionalização, o remanejamento do transporte em Porto Alegre, mais especificamente, uma alteração do aumento de oferta de mais quatro lugares, que parece que vem atender, vem responder a essa demanda reprimida, que muitas vezes faz com que permissionários, mesmo diante da disposição expressa em lei da proibição de carregar passageiro em pé, ele, muitas vezes, se vê, não por outra razão senão a razão da própria oferta, obrigado a carregar passageiros em pé.

Então, há a necessidade, do ponto de vista da regulação da oferta, de se aumentar mais quatro lugares do táxi-lotação. Os aspectos de ordem externa que seria razoável examinar, a volumetria inalterada, o veículo que comporta os vinte e um lugares, ele tem a mesma volumetria daquele que possui dezessete. Então, esse dado não altera a ocupação do solo, do espaço, antes pelo contrário, a oferta de mais quatro lugares vem exatamente buscar aquele objetivo pelo qual foi criado o táxi-lotação em nossa Cidade, que é exatamente atingir uma fração da população de Porto Alegre. Exatamente uma das funções que desempenha o táxi-lotação em Porto Alegre é de retirar o automóvel da nossa Cidade. As estatísticas e dados que se possuem nos dão conta de que a presença do táxi-lotação no sistema de transporte coletivo da Cidade retirou significativamente o número de automóveis que circula na Cidade e, se estamos diante de uma demanda de passageiro, que denomino demanda reprimida, que não encontra a satisfação de suas necessidades, nada melhor, ao invés - foi uma política que adotamos na Secretaria - de aumentar o número de veículos, que se faça o processo de racionalização.

Estamos diante de um serviço chamado complementar, mas que se oferece a uma fração de passageiros e de usuários em nossa Cidade. Porque, é bom que se diga, a Cidade não só tem operários, temos uma classe média em Porto Alegre que utiliza o transporte semicoletivo, ou semi-seletivo, se assim se pode chamar o táxi-lotação. É uma realidade da cidade de Porto Alegre, uma cidade de classe média, talvez a cidade mais representativa de classe média do País. Então, há, efetivamente, com os dados que possuímos, a necessidade de se oferecer, de se fazer oferta nesse sistema que é o táxi-lotação.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, estou vendo que V. Exª conhece muito bem o Projeto, mas infelizmente tem gente que não leu o Projeto. Basta ler o Projeto para ver o seguinte: nem todos os carros terão os vinte e um lugares, ficará a cargo da Secretaria Municipal de Transportes definir em quais linhas poderão atuar os carros de vinte e um lugares, e eu vi afirmado desta tribuna, agorinha mesmo, de que todos os carros iriam receber vinte e um lugares. Afirmações mentirosas e que não trazem luz para o problema.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a Vossa Excelência. Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, se nós examinarmos a questão - e volto a frisar este aspecto que é importante - do ponto de vista da ocupação do solo, da ocupação do espaço, o aproveitamento de mais quatro lugares não altera a volumetria, logo, sobre este aspecto, não há o que objetar, há oferta de lugares. Teríamos uma questão que seria digna de discussão, uma apenas, uma questão tecnicamente é digna de discussão, a questão do IPK. Tirar o IPK do coletivo é bom? Não, não é bom, absolutamente não. Mas não é o caso, se nós tomarmos os elementos que possui a Secretaria dos Transportes, nós vamos ver que há uma demanda à espera do táxi-lotação. Esses são dados estatísticos e até dispensaria, e se argumenta com o passageiro em pé, que não é uma infringência voluntária do permissionário, do motorista, absolutamente não, é exatamente uma demanda que não encontra a oferta nas condições estabelecidas pelo sistema.

Então, a racionalização e o aproveitamento, o aproveitamento com reflexo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nos custos, isso é excelente. É absolutamente excelente que se racionalize os custos, que se tenha maiores rentabilidades, com reflexos, inclusive, na tarifa. Se bem conduzida, a racionalização tem efeitos imediatos na questão da tarifa. Então, o aproveitamento de mais quatro lugares conta, efetivamente, no interesse da população, diante de uma demanda reprimida, e conta no interesse da racionalização do próprio serviço, já que o carro, pelo seu volume, não alterará a ocupação do espaço e do solo na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aqui nesta Casa se tem falado, durante seis meses, com propriedade, sobre os problemas do transporte público de passageiros. E aqui, hoje, se busca, pela primeira vez, não vamos dizer solucionar o problema, nem diremos também trazer grandes melhoramentos, mas estamos buscando minimizar as dificuldades existentes no transporte coletivo de passageiros nesta capital gaúcha. E aqui se tem falado diariamente, minhas senhoras e meus senhores, no transporte de passageiros coletivo, ônibus, e efetivamente encontramos sérios problemas nessa linha de transporte. Hoje se trata sobre transporte coletivo de passageiros, microônibus. As filas que temos nas paradas de ônibus, nos finais de linhas de ônibus, temos também nos pontos finais do microônibus, assim como temos muitos passageiros que pretendem utilizar o transporte coletivo microônibus, mas que pela lotação freqüente nesses microônibus não podem deles se utilizar. Portanto, eu vejo com bons olhos a iniciativa do nobre Ver. Luiz Braz que, como ele diz, com propriedade, aumentando-se apenas quatro passageiros por microônibus, nós diminuiríamos em mil e seiscentos os passageiros na lista de espera, nos pontos e terminais e nas paradas de serviço, nas suas linhas normais.

Portanto, entendemos que nós não temos, lamentavelmente, a solução de todos os problemas desta Cidade e também se dificulta bastante, inviabiliza-se, praticamente dizendo, o atingir do nível ótimo, do ponto ideal, mas que toda vez que forem propostas iniciativas de minimizar o problema do transporte coletivo, nós entendemos que, com cuidado, avaliando-se corretamente fatos, devemos discutir e aprovar estas medidas.

A realidade é que o transporte coletivo por microônibus deu certo. E vejo mais: ele deu certo, inclusive, pela própria geografia física da nossa Capital, onde temos a dificuldade normal do afunilamento que se dá para se chegar ao Centro de Porto Alegre. Quer queiramos ou não, com a oferta deste serviço, muitos proprietários de veículos particulares que viriam ao Centro com seus automóveis preferem utilizar o serviço, em função da facilidade que ele nos oferece. Dizer que a solução do transporte coletivo seria apenas e tão-somente o ônibus, nós entendemos que não podemos fugir da realidade em que vivemos: nós vivemos no Brasil, nós vivemos no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, e é bastante complicado, até mesmo muito difícil, se atingir um ponto ótimo no transporte coletivo apenas com ônibus, porque sonhamos em ter um transporte coletivo apenas com passageiros sentados, é uma necessidade, uma realidade, e devemos sonhar. Agora, até atingirmos esse estágio não e tão fácil assim. Portanto, acreditamos que o microsserviço é necessário.

E mais, a lei deve se ajustar ao fato social e não o fato se ajustar à lei. Então, se este microônibus tem capacidade para vinte e um lugares, se nós temos procura para este tipo de transporte, se ele não inviabiliza o transporte, se ele ajuda os seus usuários a chegarem em suas residências, se ele vem facilitar o transporte em Porto Alegre, nós somos favoráveis a ele.

Um aparte ao Ver. Isaac Ainhorn.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V. Exª fala com a absoluta convicção de que cabem, tranqüilamente, vinte e uma pessoas; eu lhe pergunto se numa D-20, que faz o serviço de táxi-lotação, V. Exª tem a mesma convicção, das vinte e uma pessoas?

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Lendo-se o Projeto, no seu § 1º, do art. 1º, diz assim: “O Executivo Municipal definirá as linhas que, por sua distância e ou número de passageiros, poderão operar com carros de vinte e um passageiros”. Com este dispositivo fica a cargo do Poder Executivo a definição da linha que poderá adotar. E mais, nós devemos confiar no Poder Executivo, que ele, efetivamente, vá fazer as exigências necessárias para ver se esses carros comportam, porque se o carro não comporta vinte e um lugares, evidentemente o Poder Executivo não autorizará.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Qualquer Vereador que não tenha ainda visto o carro, o carro veio aqui anteontem, ontem, está aqui hoje, novamente, do lado de fora, basta que desçam as escadas, olhem o carro, entrem e olhem, não precisa ficar duvidando do que V. Exª está colocando da tribuna, basta olhar o carro. E eu estou dizendo, nenhuma medida que já existe na legislação - e têm medidas na legislação, na parte interna e para a externa -, nenhuma dessas medidas está sendo ferida. Muito pelo contrário, todas essas medidas serão respeitadas, inclusive a maior.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Ver. Ervino Besson.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, nós estivemos agora há pouco, eu e o Ver. Luiz Machado, que o microônibus está parado do lado da Câmara. Tranqüilamente, vi que cabem mais quatro bancos, sem prejuízo dos usuários.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) No carro que me foi mostrado pelo pessoal do táxi-lotação, faço minhas as palavras do Ver. Ervino Besson, cabem quatro lugares, tranqüilamente, mas a resposta do Vereador não me satisfez, porque nem todos os quatrocentos carros do serviço de táxi-lotação de Porto Alegre são iguais a este que está aí. Este é o problema. Está claro, está meridiano, cristalino.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Eu sou fiscal de tributos e funcionário público, nobre Vereador. Acredito no fiscal, acredito no serviço do Executivo. Portanto, temos convicção de que a fiscalização atuante, séria, técnica saberá verificar estas medidas e as providências necessárias.

 

O Sr. Cyro Martini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, se no encarroçamento não for possível a aplicação de vinte e um locais para assentamento de passageiros, obviamente a indústria à qual incumbir tal tarefa não colocará os lugares. Ademais, quem coloca o número de passageiros máximo permitido para transportar em um determinado veículo é a repartição do trânsito aqui em Porto Alegre, o Detran, no interior do Estado, as circunscrições de trânsito ou outra repartição. A Prefeitura já recebe com o certificado no qual está consignado o número máximo de passageiros; se couber apenas nove, como é o caso da Kombi, virão nove pessoas dividindo-se entre o condutor e mais oito passageiros. É isso, muito obrigado.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Seu aparte serviu para engrandecer nosso pronunciamento e ratificar nosso pensamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu vou reiterar a minha Questão de Ordem antes formulada a V. Exª, porque nós estamos na Ordem do Dia e a Ordem do Dia consiste basicamente em discussão e votação de proposição. Se este Processo que nós estamos discutindo, que faz parte da Ordem do Dia, não foi - como eu asseverei e consoante informações existentes da Diretoria Legislativa - anunciado com um mínimo de quarenta e oito horas de antecedência, a nossa discussão neste momento, embora no mérito ela seja positiva, ela é inócua, porquanto nós estamos incidindo numa ilegalidade. Nós estamos numa Sessão que não pode realizar a sua discussão, porque ordem de discussão faz parte da Ordem do Dia, razão pela qual eu reitero providências de V. Exª no sentido de uma imediata resposta ao meu requerimento em Questão de Ordem. E peço a V. Exª que talvez a providência mais cabível na espécie é, por exemplo, para não estarmos incidindo em ilegalidade, a suspensão da Sessão por dez minutos para se decidir sobre a matéria. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE: Nobre Ver. Isaac Ainhorn, a Mesa responde a Vossa Excelência. A inclusão desses Processos na Ordem do Dia desta Sessão Extraordinária foi objeto de entendimento das Lideranças com a Mesa da Casa, e V. Exª faz parte da Mesa da Casa. Na semana passada, foi acertado que nesta semana se realizariam duas Sessões Extraordinárias, terça e quinta-feira, com a inclusão desses Projetos na Ordem do Dia. A Mesa considera respondida a Questão de Ordem de V. Exª e prossegue a discussão do Processo.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nelson Castan.

 

O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos discutindo este Projeto de autoria do Ver. Luiz Braz e muitas contribuições importantes têm sido feitas desta tribuna. Me parece que esta discussão está sendo bastante esclarecedora no sentido de evidenciar a natureza positiva do Projeto ora em discussão. Chama-me a atenção a preocupação do Ver. Isaac Ainhorn porque, ao se prender a um aspecto formal, busca limitar este momento, esta oportunidade que os Vereadores da Casa estão tendo para compreender, para aprofundar o seu conhecimento da matéria e poder decidir plenamente de acordo com suas consciências. Acho que essa discussão evidentemente deve continuar, está sendo altamente positiva e está nos dando condição para decidir com tranqüilidade.

Só fazendo um parêntese, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a questão do transporte é uma das questões mais delicadas com que se preocupa esta Câmara de Vereadores. Anteontem, nós tivemos a felicidade de votar e aprovar o Projeto de isenção aos deficientes ligados à APAE e aos menores carentes e observamos a manifestação de Secretário Municipal dos Transportes, o Secretário substituto, fazendo afirmações absolutamente inverídicas que mostram o seu desconhecimento da matéria. Importante neste parêntese que estou abrindo é fazer um registro da minha desconformidade com o equívoco manifestado pelo Sr. Secretário substituto, na televisão, nos órgãos da imprensa, informando, ou melhor, desinformando a população sobre as conseqüências da aprovação daquele Projeto que parcialmente contou com os votos da Bancada situacionista. Nós sabemos que quem conhece o transporte coletivo desta Cidade sabe que já existe este subsídio e mesmo que ele não existisse, pela clientela limitada alvo desse benefício, não haveria qualquer alteração tarifária. Então, o que foi dito para a imprensa foi uma mentira e isto aí tem que ser retificado. Como decorrência daquela isenção a tarifa de ônibus de Porto Alegre não vai subir. Não ponham a culpa nesse Projeto de Lei, assumam o desgaste de aumentar a tarifa acima da inflação como já fizeram até agora antes da aprovação do Projeto de Lei de nossa autoria.

 

O Sr. Adroaldo Corrêa: Das lotações?

 

O SR. NELSON CASTAN: Eu fiz um parêntese, Ver. Adroaldo Corrêa e fecho o parêntese. Gostaria de manifestar o meu apoio a este Projeto do Ver. Luiz Braz. Conheço as dificuldades e a situação do transporte coletivo de Porto Alegre, conheço as dificuldades especificamente do táxi-lotação e entendo que esta medida vem a ser benéfica sob todos os aspectos. Em primeiro lugar, ela é benéfica, obviamente, ao usuário do táxi-lotação que passa a ter mais uma possibilidade de viajar sem ter que esperar mais tempo por outro veículo com lugares. Este é o grande benefício que a iniciativa do Vereador traz à cidade de Porto Alegre. O sistema de táxi-lotação é uma experiência exitosa em nossa Cidade, nós devemos contribuir no sentido de melhorar e criar condições a este serviço para que os permissionários, aqueles que oferecem o serviço, tenham cada vez mais condições de oferecer qualidade à sua clientela.

Por outro lado, esta condição de transportar mais quatro passageiros permite uma economia à função, ao serviço e aí, novamente, estaremos criando condições para beneficiar o usuário, porque com o mesmo custo serão transportadas mais pessoas. Está embutida aí, Ver. Luiz Braz, a possibilidade que este benefício, esta economia de custo possa ser repassada à tarifa. Por outro lado, isso é um benefício também àqueles que exploram esse serviço que têm, nessa condição, a capacidade de também fazer economia, também conseguir um melhor rendimento na sua atividade.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª conhece muito bem o serviço de transporte coletivo, pois foi Diretor da Carris, e sabe muito bem das dificuldades que têm os permissionários dessa área para melhorar cada vez mais os serviços que oferecem à população. E houve um cuidado muito especial, por parte de todos os permissionários, no sentido de conservar todas as condições dos veículos, para melhor.

Eu ouvi afirmações do Ver. Isaac Ainhorn de que não caberia em todos os veículos. É claro! Se nós fôssemos colocar os vinte e um lugares no D-10 ou no D-20, que foram os primeiros microônibus no serviço de táxi-lotação, é claro que não caberiam; se nós fôssemos colocar vinte e um lugares nas Kombis, é claro que não caberiam; mas, é claro que no 608, que já é um carro mais moderno e que já tem a distância de 6,5m de pára-choque a pára-choque, e se nós formos considerar o 812, que é esse carro que está em exposição lá fora, nós veremos que tranqüilamente poderemos colocar os vinte e um lugares. E mais ainda, existe uma legislação toda - e peço para que os Vereadores atentem bem para a legislação do táxi-lotação - que diz dos distanciamentos que deve haver, de bancos, de corredor e outros. Então, não se pode colocar vinte e um lugares num carro que não caiba vinte e um lugares, ninguém vai colocar um banco em cima do outro. Essa preocupação que foi levantada aqui neste Plenário, nesta tarde, não é uma preocupação que deve ficar na cabeça dos Vereadores, porque existe uma legislação que protege exatamente isso. Muito obrigado.

 

O SR. NELSON CASTAN: Agradeço a V. Exª pelo aparte. Dessa forma, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu entendo que esta Casa deverá aprovar esse Projeto. Tenho certeza de que esse é o sentimento quase que total, se não total, dos membros da minha Bancada. Fiz consultas, conversei com todos, e acho que essa alteração vai prestar um serviço à cidade de Porto Alegre, vai dar condições para que os permissionários de táxi-lotação melhor desenvolvam o seu trabalho, e quem ganha com isso é Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Registramos, com prazer, a presença do Prefeito de Canela, Prefeito José V. Pinto. Seja bem-vindo a esta Casa. Sentimo-nos honrados com a sua presença.

A palavra com o Ver. Décio Schauren.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, foi este Vereador que deu Parecer favorável ao Projeto do Ver. Luiz Braz, porque entendia que essa alteração nos táxis-lotação produzirá um razoável aumento de passageiros transportados, contribuindo para que esse serviço responda às demandas crescentes de passageiros. Por outro lado, o projeto tem um aspecto importante no sentido de que traz benefícios diretos ao usuário quando diz que haverá uma tarifa diferenciada para os táxis-lotação, de acordo com o número de bancos que possuírem. O Projeto também deixa, corretamente, para apreciação do Executivo Municipal, através de seu órgão responsável, a definição das linhas que poderão ser operadas por veículos de vinte e um lugares, considerando sua extensão ou número de passageiros. Então, entendemos que é um Projeto importante e que traz uma contribuição aos serviços de transporte de passageiros na cidade de Porto Alegre. Com relação ao nosso Parecer, com relação à Emenda do Ver. Isaac Ainhorn, que diz: “acrescenta-se ao caput do art. 1°, parte final, a expressão ficando vedado, no entanto, o embarque ou desembarque de passageiros nas esquinas e confluências de ruas”, nós opinamos apenas pela tramitação da Emenda. Neste caso, não demos um parecer favorável ou contrário, até porque nós olhamos depois sobre esta questão o Código Nacional de Trânsito que, no seu art. 44, diz o seguinte: “nas vias em que o estacionamento for proibido, a parada de veículos quando permitida deverá restringir-se ao tempo indispensável para o embarque e desembarque de passageiros, carga ou descarga de mercadorias e realizar-se de modo que não interrompa ou perturbe o trânsito”.

Depois, no parágrafo único desse art. 44, diz o seguinte: “a parada de que trata este artigo será regulamentada pela autoridade local”. Então, nós entendemos que a autoridade local é que trata dessas questões, no caso é a SMT, e por isso mesmo entendemos que esta Emenda se torna inócua e, sendo inócua, entendemos que não cabe estar neste Projeto.

Por isso, somos favoráveis ao Projeto, mas contrários a esta Emenda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero dizer a V. Exª que, com relação a este Projeto que está sendo objeto de votação, acho que ele está absolutamente claro, embora por muito curto tempo, mas como esta Casa decidiu votar em urgência, ele tem coincidentemente condições de ser votado. Agora, eu invoco a autoridade de V. Exª, na condição de Presidente da Casa, para examinar o problema das quarenta e oito horas, sobretudo e notadamente em relação ao segundo Processo, que é muito controvertido, até porque na reunião da Mesa que houve se acentuou e se ordenou que haveria reuniões concentradas, mas não, rigorosamente, dispensa de anúncio e coisas tais, pois esse não foi o objeto da reunião. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, está registrada a Questão de Ordem de Vossa Excelência.

Ver. Décio Schauren.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN (Questão de Ordem): Questão de encaminhamento. Gostaríamos de saber se a Emenda vai ser votada em separado, senão pediria destaque para a Emenda ser votada em separado.

 

O SR. PRESIDENTE: Todas as Emendas são votadas em separado. Vota-se o Projeto, depois se vota a Emenda. Só existe uma Emenda.

Encerrada a discussão. Encaminhamento. Encaminha o Ver. Wilson Santos. Antes, porém, vamos consultar sobre o "quorum".

 

O SR. 1° SECRETÁRIO: Há "quorum", Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Wilson Santos encaminha pelo PL.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para quem teve a oportunidade de examinar o veículo que tem as condições técnicas para o acréscimo de mais de quatro bancos, realmente pode ascender a esta tribuna com a convicção da justeza da iniciativa do Ver. Luiz Braz, porque aqueles veículos que não têm condições técnicas e que não se enquadram, inclusive, dentro do Decreto que regulamenta esses espaços, é evidente que ele não poderá ter o acréscimo de quatro lugares. E citaríamos dois: o veículo D-10 não permite, o D-20 não permite, mas o veículo Mercedes que está, inclusive, em exposição no pátio desta Câmara, permite perfeitamente. Até, porque, há a preocupação de Vereadores que poderia, mais adiante, ser aumentado esse número. Mas, estivemos verificando, o veículo que permite tem uma característica, ele tem que cumprir alguma coisa, não só a distância dos 30cm laterais. Há uma obrigatoriedade de distância longitudinal entre os bancos e tudo isso é fiscalizado, há uma necessidade de uma autorização técnica para que se aumentem os quatro bancos, e os quatro bancos que irão ser aumentados, aliás, os quatro lugares junto aos quatro bancos laterais, à esquerda de quem entra no veículo, porque permite tranqüilamente a colocação do banco duplo, mantendo intervalo de mais de 30cm entre os dois bancos.

Bom, este é o aspecto técnico e legal, mas vamos ver os outros aspectos que não atentem contra a segurança. Um dos aspectos é que ele não atenta contra o desconforto do passageiro, muito ao contrário, o aumento da capacidade numérica do transporte de passageiros, ele é benéfico por vários motivos. Vamos arrolar alguns: evita a infração pelo transporte de passageiro em pé, já se eliminaria este problema; evita o incômodo e até diria, assim, a situação maçante e massacrante da espera, estaríamos evitando a espera, minimizando, portanto esta dificuldade; e é fácil ver que uma frota que hoje tem dez veículos em uma linha, só aí já tem a sua capacidade aumentada, numa lógica matemática, em quarenta passageiros a mais, e evita o aumento da frota, permite inclusive que aquele proprietário que tem um veículo que transporte só dezessete e quer transportar vinte e um e não pode, que ele substitua por um veículo que tenha condições de se colocar vinte e um lugares. E um aspecto que a mim me preocupa diretamente é o congestionamento hoje do trânsito, e aqui nós estaremos impedindo a capacidade numérica maior do transporte, evitando que se aumente a frota.

Portanto, eu só vejo vantagens, em todos os sentidos, para que esta Casa hoje consagre por lei o aumento da capacidade de dezessete para vinte e um passageiros transportados e, evidentemente, para aqueles veículos que preencham as condições técnicas para tal. Portanto, o encaminhamento é favorável ao presente Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cyro Martini.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, obviamente o PDT não poderia deixar, nesta oportunidade de encaminhamento, de comparecer a esta tribuna, sobretudo em homenagem àqueles proprietários permissionários de táxi-lotação que se encontram presentes nesta Casa. Seria até uma desconsideração que o nosso Partido jamais faria e jamais fará. Por isso se faz aqui presente, para trazer a sua palavra de apoio e encaminhar favoravelmente com relação ao aumento de dezessete para vinte e um lugares. Nós já discutimos a matéria e já ficou mais do que claro que os vinte e um bancos só serão colocados naqueles veículos sobre os quais não recaia dúvida alguma relativamente à segurança, ao conforto e aos demais requisitos próprios desta categoria, relativa ao táxi-lotação. Portanto, não há o que se discutir, não há dúvida alguma.

De outra parte, gostaria de fazer um reparo sobre a legislação de trânsito que não é só da alçada do Executivo determinar a respeito das regras que disciplinam o tráfego em Porto Alegre ou em qualquer outro Município. O órgão legislativo também pode, conforme o caso, deve participar. Não tem nada a ver com o pleito dos permissionários e nem com relação à proposta do ilustre Ver. Luiz Braz, mas apenas para não deixar passar em julgado, porque, amanhã ou depois, voltaremos a discutir a matéria, sobre a qual terá pertinência discutir-se onde parar, onde estacionar ou coisa que o valha, a respeito do tráfego porto-alegrense.

Por isso, encaminhamos favoravelmente e até homenageamos essa classe pela preocupação que tem em melhorar a qualidade dos seus serviços, através do aumento de número proporcionado pelos veículos, individualmente. Assim, não teremos a oportunidade de ver aquelas filas amplas que buscam se socorrer deste tipo de transporte para se locomoverem de suas casas para o Centro e do Centro para os bairros. Então, encaminhamos favoravelmente e acreditamos que esta Casa votará em peso em favor da aprovação deste Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PMDB, o Ver. Luiz Machado.

 

O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ao falar sobre o Projeto do nobre Ver. Luiz Braz, o PMDB encaminha favoravelmente, em nome do Líder da Bancada, Clóvis Brum, e do nosso companheiro Airto Ferronato. Somos favoráveis ao Projeto e vamos encaminhá-lo, explicando o seguinte, no art. 1°: “O Executivo Municipal definirá as linhas que, por sua distância, ou número de passageiros, poderão operar com carros de vinte e um passageiros. O Executivo Municipal definirá tarifa diferenciada para os táxis-lotação, conforme a sua lotação de lugares”. Isto já prova que o Vereador faz a lei, mas o Executivo executa e disciplina esta lei, para que tenhamos um transporte cada vez melhor em Porto Alegre, no que tange às lotações. Nós atravessamos um dos momentos mais difíceis em termos de transporte coletivo em Porto Alegre. Eu entendo que esta Lei é uma lei que atinge o lado social, pois vem atender a uma grande demanda de passageiros que se encontram na parada, esperando para serem transportados. As lotações vão, verdadeiramente, atender a grande gama de passageiros que ficam na parada esperando para chegar até o trabalho ou para retornar às suas casas. Portanto, é um Projeto que atende o lado social, e tem o nosso aval, o nosso apoio.

Quer dizer também alguma coisa a respeito da Emenda n° 01, do nobre Ver. Isaac Ainhorn: “Acresce-se no artigo 1°, parte final, a expressão ficando vedado, no entanto, o embarque e o desembarque de passageiros nas esquinas de confluência das ruas”. Quero dizer que sou contra a Emenda n° 01, porque os ônibus já param nessas esquinas e porque vamos tolher o direito de as lotações participarem e de atenderem seus passageiros. Portanto, a Bancada é contra a Emenda n° 01. Vamos para a votação com o objetivo de atender o social, a população de Porto Alegre, deixada de lado nos últimos tempos, em termos de transporte coletivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, requeiro que a votação seja nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do Ver. João Dib.

Solicito ao Sr. 1° Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 26 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLL n° 092/89.

 

(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Corrêa, Heriberto Back e Paulo Cruz. Votaram NÃO os Vereadores João Dib e Vicente Dutra. ABSTEVE-SE de votar o Ver. Isaac Ainhorn.)

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda. Com a palavra, o Sr. 1° Secretário para proceder à chamada.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 03 votos SIM, 26 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda aposta ao PLL n° 092/89.

 

(Votaram SIM os Vereadores Isaac Ainhorn, Leão de Medeiros e (...). Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nelson Castan, Vicente Dutra, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Corrêa, Heriberto Back e Paulo Cruz. ABSTEVE-SE de votar o Ver. Vieira da Cunha.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1° Secretário que proceda à leitura da Declaração de Voto encaminhada à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: É a seguinte a Declaração de Voto, de autoria do Ver. Artur Zanella:

“Voto contra porque, apesar de não concordar com estacionamento em esquinas, a Emenda legisla sobre matéria de competência federal e estadual.

                                                                                          (a) Artur Zanella”.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando seja o PLL n° 092/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: A Mesa apregoa duas Emendas de autoria do Ver. Flávio Koutzii, alterando os artigos 1° e 5° do PLL n° 004/89, e duas Emendas de autoria do Ver. Lauro Hagemann, alterando os artigos 3° e 4° do mesmo Projeto. Apostas ao Processo n° 0335/89, PLL n° 004/89.

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a Mesa vai fazer uma sugestão. Na verdade, nós temos agora um Processo que seria o próximo, mas não recebemos ainda a posição do Vereador que tinha solicitado vistas, o n° 1778, e logo a seguir nós também teríamos um outro Projeto, acho que não seria difícil de votar, mas o terceiro, que seria o n° 0335, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que recebe três ou quatro Emendas, eu pergunto aos Srs. Vereadores se permitem à Mesa deixar esses dois Projetos, tanto esse que vai sofrer algumas Emendas, tanto esse que é o n° 1778, para o final, para que nós possamos reunir a Comissão e ela então vai dar Parecer referente ao n° 335 e ao n° 1778. Era isso, Dr. Braz?

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, era mais ou menos isso que nós queríamos requerer a V. Exª, porque nós conversamos com algumas Lideranças aqui do Plenário, e essas Lideranças têm algumas dúvidas que têm que ser melhor discutidas. Então, como o Ver. Isaac Ainhorn não deu a sua posição, muito embora as vistas não sejam dadas para o Ver. Isaac...

                                                   

O SR. PRESIDENTE: Nós não vamos considerar a Questão de Ordem de V. Exª, mas ela está indo para o mesmo caminho da sugestão da Mesa. Fica para o final o Projeto de V. Exª e o do Ver. Isaac Ainhorn e, neste mesmo tempo, as Lideranças e as pessoas vão discutindo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exatamente isso. A sapiência da Mesa vem satisfazer este Vereador.

                                                   

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, sendo o último Projeto a ser discutido a concessão de um título de Cidadão de Porto Alegre e como se exige "quorum" e nós temos no Plenário um número suficiente, parece que não há debates, não há nenhuma controvérsia, eu solicitaria que ele fosse votado imediatamente.

 

O SR. PRESIDENTE: Pois não, Vereador. Em votação, o Requerimento de autoria do Ver. João Dib. (Pausa.) Os Vereadores que aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.

Então, passamos para o Projeto n° 1390/89.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO SECRETA

 

PROC. Nº 1390/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/89, de autoria do Ver. Vicente Dutra, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Rubem Rodrigues.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;

- da CEC. Relator Ver. Wilson Santos: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 054/89. (Pausa.) Em votação. Com a palavra, o Ver. Vicente Dutra.

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, rapidamente, para colocar alguns aspectos da personalidade de Rubem Rodrigues, cientista, médico emérito, que hoje receberá, sem dúvida nenhuma, tenho certeza, a votação unânime desta Casa concedendo-lhe o título de Cidadão Porto-Alegrense. Rubem Rodrigues, nascido em Santana do Livramento, portanto, merecedor do título de Cidadão de Porto Alegre, porque aqui nesta Cidade é que tem há mais de sessenta anos desenvolvido suas atividades como médico, como cidadão. Ele fez estágio em curso de pós-graduação de cardiologia, doutorando-se pelo Instituto Nacional de Cardiologia do México, completando em New Orleans, Estado Unidos. Em 1961, submeteu-se a concurso para livre docente na Faculdade de Medicina, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, exercendo essa atividade até a presente data. Portanto, é concursado, livre docente da Federal do Rio Grande do Sul. Em 08 de outubro de 1966, institui, juntamente com outros cientistas do Rio Grande do Sul, a Fundação Universitária de Cardiologia, passando a ser o seu primeiro diretor-presidente, cargo que ocupa até hoje, por decisão dos seus pares.

Mas não queria tomar o tempo dos ilustres Vereadores, face às matérias importantes, porque eu tenho certeza que esta será pacífica, apenas para lembrar que Rubem Rodrigues é um extraordinário médico, é o Presidente da Fundação Universitária de Cardiologia, que, todos sabem, é o segundo centro de cardiologia da América do Sul, o primeiro é o INCOR, e em alguns tipos de cirurgias, se não me engano a que trata da aorta, é o primeiro centro brasileiro e da América do Sul nesse tipo de cirurgia. Já são dezenas de cirurgias cardíacas feitas no Instituto - e também de outros órgãos -, todas com sucesso. É um centro reconhecido em todo mundo pela alta qualidade dos seus serviços. Alguns Vereadores desta Casa já foram pacientes do Instituto de Cardiologia. E lá vejo o grande jornalista Melchiades Stricher, que já foi paciente do Instituto de Cardiologia e guarda com carinho o atendimento extraordinário que recebeu naquela casa. Portanto, tendo, por trás, Rubem Rodrigues, tenho certeza de que esta Casa haverá de dar o seu voto favorável, reconhecendo, nesta tarde, como Cidadão de Porto Alegre, essa personalidade, para o quê eu agradeço a atenção dos Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Solicito aos Vereadores Luiz Braz e Leão de Medeiros que procedam ao escrutínio dos votos após a votação secreta.

O Sr. 1° Secretário procederá à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 30 Srs. Vereadores.

 

(Os Vereadores Luiz Braz e Leão de Medeiros procedem ao escrutínio da votação.)

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLL n° 054/89 por 28 votos SIM e 02 votos NÃO.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. João Dib, solicitando seja o PLL n° 054/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1917/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/88, de autoria do Ver. Artur Zanella, que institui a Semana Ibero-Italiana em Porto Alegre.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 44 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n° 147/88 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Artur Zanella, solicitando seja o PLL n° 147/88 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 0865/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/89, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, que denomina Rua Soldado PM Oscar Silva da Silva um logradouro público. Com Emenda.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação com a Emenda;

- da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação da Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n° 022/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Leão de Medeiros, solicitando seja o PLL n° 022/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Tendo em vista que a Mesa recebe informação de que não estão prontos os Pareceres referentes aos Processos nos 1778 e 0335, ficam a discussão e votação dos mesmos transferidas para amanhã, sexta-feira.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h34min.)

 

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